E fui morrendo assim, aos poucos, sentindo o corpo parar de responder. Os olhos foram os primeiros, mas não se fecharam. Em seguida foram as pontas dos dedos da mão que deixaram de sentir o lençol. E lá no fim, quase que três segundos antes de não poder mais movimentar os lábios, enfim, tudo escureceu. Não que estivesse feliz pelo acontecido, mas a demora de 4 horas e 28 minutos no processo de morte estava me fazendo aguardar ansiosamente por aquele momento: o fechar dos olhos.
E é mais ou menos assim que acontece, todas as noites, até o momento em que abro os olhos e volto a viver - em partes - todos os dias.
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