O silêncio é a resposta do meu corpo que se encolhe toda vez que eu sinto que preciso falar.
Não significa que eu não tenha o que dizer, muito menos que eu não sinta a tua falta. Porque queima. E se queima eu sei que sinto. Mas arde menos a cada dia que queima mais.
Tô achando que é a sensibilidade que a novidade traz que tá indo embora. O costume - de conviver com tudo isso sem ter como soltar - que adormece a ponta dos meus dedos quando corta a circulação.
Falando nisso, não é engraçado que a gente fale da dormência como se falasse sobre a dor?
No fundo, acho que a dormência também dói. Dói até perder a sensibilidade e aí a dor fica latente na memória. Dói porque não tem chão pra largar tudo isso por cinco minutos.
O chão era de pedra e foi contigo. Não contigo = junto de ti, mas contigo = ao mesmo tempo que tu fostes. E por baixo não tem nada que eu possa encostar. Nada que eu consiga enxergar com meus olhos velhos e dilatados. Nada que eu consiga ver através das minhas lentes sujas e riscadas de tanto tentar limpar.
(Acho que esse é um bom começo)
Talvez a sujeira não seja na lente, mas na mente que traduz toda essa luz em imagem. Esse monte de luz e sombra que, muitas vezes, não significam nada.
Depende do dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário