21 de fevereiro de 2016

Eu decidi desligar a TV e voltar pro quarto, abrir a janela e deitar na cama. Daqui posso ver um pedaço de um céu encoberto e sentir um pouco do vento que escapa aqui pra dentro. Sirene, buzina, barulho de coisas caindo. Carros e caminhões, motos e músicas de dezenas de casas diferentes. Os carros parando nos semáforos também soltam ruídos parecidos com apitos.

Mas não ouço voz. Não tem nada. Nem palavras de consolo, nem de desprezo. Nada.

E eu, transbordando ideias e ideais, simplesmente não tenho onde ou com quem desenvolver um único raciocínio. 

No meio de tanta coisa acontecendo, me dou conta de que nada acontece por aqui.

Vejo sentimentos se desfazendo, desgastando, emoções se afastando, o clima esfriando e nada mais acontecendo. Nenhum choro, nenhum lamento, nenhuma voz.

Pensando nisso me dou conta que não tem nada mais solitário do que não ter com quem pensar. 

4 comentários:

  1. Já diria o Pe. Fábio. E é verdade mesmo.

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  2. Transbordando de ideias e ideais, eis que num dado momento, como enxurrada que inunda, calhas, rios, lagos e finalmente ruas e casas, um dia serão tocadas por algum aspecto do teu raciocínio. Não tenho dúvida... Assim como eu daqui de longe percebo a inquietação ao ponto de tentar corresponder.

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