14 de novembro de 2015

Contra a maré

Sempre achei que as pessoas que mais me conhecem deveriam ser aquelas que mais zelam pelo meu bem estar. Por exemplo, qual o sentido em falar sobre meus medos, anseios e ideais se no final das contas tudo vai ser usado contra mim? 

Eu achei que por falar que não sei lidar com desrespeito, as pessoas não me desrespeitariam. Achei que por falar que não sei perdoar traição, as pessoas não me trairiam. Achei que por falar que mentiras me afetam demais, as pessoas não mentiriam pra mim. 

Me enganei. 

Eu não sei exatamente a razão, mas o ser humano sempre usa o ponto fraco do outro como uma "carta na manga" pra algum momento oportuno. O ser humano sempre quer tirar vantagem e sair por cima. Nós, estes seres racionais e "superiores" somos ruins por natureza. 

Não, não perdi as esperanças. Acho que existem os que lutam contra essa naturalidade bizarra que a razão traz e espero ir encontrando pessoas assim durante a vida. Gosto de olhar pros meus bichinhos e perceber como a simplicidade e felicidade surgem quando a gente não pensa em "ter" ou "ser" mais que nada nem ninguém. Não me apego em elos sanguíneos ou de qualquer coisa do gênero e algumas pessoas me condenam por isso. Sei que tenho amigos mais família que família de verdade e isso conta muito no que sei sobre o assunto. 

Não tenho dificuldade em deixar passar aqueles que usam minhas fraquezas contra mim. É o que tenho feito. É o que vou continuar fazendo. No mais, o ser humano é naturalmente ruim. A gente nem sempre nasce fazendo maldades, mas a razão afeta diretamente no desenvolvimento dela e consequentemente a gente tira vantagem de tudo. 

Vai de cada um lutar contra isso e nadar contra a maré. E continuar mesmo que canse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário