16 de junho de 2011

1 - Ela

Ela tava me dizendo que as coisas não andavam muito bem praqueles lados. Por esses aqui também não, mas isso não era muito importante naquela hora. Eu nem lembro mais quais eram as minhas prioridades, mas o “eu” - como de costume - estava bem lá atrás na minha lista. Quando estávamos falando dela sempre era assim, sempre é.
Eu nem sei ao certo sobre o que ela falava, talvez o de sempre, talvez o de nunca, eu só sei que eu me importava. Não com o que tava acontecendo em si, mas o que tava acontecendo com ela por estar acontecendo (e eu nem ouso me perguntar o motivo disso ser assim, desse jeito, porque eu não saberia responder).

Mas enquanto as coisas iam se resolvendo (e sempre se resolvem) eu sentia uma felicidade brotando aos pouquinhos por dentro. Era igual um pontinho de luz ultrapassando uma cortina rasgada com o tempo. Aquele pontinho que ainda não serve pra te deixar ver o que tem dentro do quarto, nem o que tem lá fora, mas já te dá certeza de que existe um dia lindo esperando por você.
(Os dias nascem, e sabe, isso é uma consequência! Nada como o tempo pra (não) me explicar o que eu vejo, sinto, escuto e como eu interpreto a vida. Não a minha; a dela. Porque a minha nem é muito importante nessas horas. E como eu sei? Eu sei porque de nada adiantaria a minha sem a dela).


2.1 - O Nascer Dos Dias

Eles tão nascendo há alguns bons anos (que bom). Não que exista muito a se falar sobre isso, mas eu acho importante falar.
Tenho que registrar, também, que existem tempos que eu não quero que os dias nasçam. A “noite”, ou a falta da luz do dia, me traz uma sensação confortante de que eu tenho tempo pra pensar ou pra fugir de alguma coisa. São nessas noites (ou nessa falta da luz do dia) que os pensamentos me consomem e me deixam sem noção nenhuma de tempo, de espaço, de coragem, de vida. Mas no fim, quando o dia nasce e eu consigo enxergar melhor, eu sempre agradeço por ele ter nascido.

2.2 - Voltando à “1- Ela” e aos meus “Por que’s”

Não no sentido literal, in(felizmente)(?). Alguém consegue entender? Ninguém consegue. Ela não entende, eu não entendo. Ninguém consegue. Por que, ein?
Por que essa necessidade de entender? Por que? Pra que? E pra que me serviria entender o porquê disso, também?
Na minha cabeça e no meu peito as coisas insistem em ficar nesse ciclo incessante. Nunca acaba. Nunca terminam as perguntas, nunca terminam as respostas com perguntas, nunca terminam os “Por que’s”, nunca termina o “1 - Ela”.

3 - A conclusão nada conclusiva

E agora, pra encerrar o que nunca se encerra, eu sei que não posso usar nada muito definitivo. Só que eu simplesmente não consigo pensar em nada diferente de um “pra sempre” seguido de reticencias.


Continua, pra sempre...

2 comentários:

  1. Oi,

    Muitas vezes estamos ali, ao lado de alguém (e isso normalmente acontece quando é alguém que gostamos) e acabamos por apenas ver a pessoa abrindo e fechando a boca, mais nada. Sem som, sem compreensão nenhuma do que a pessoa está dizendo, apenas ficamos olhando. Algumas vezes fazemos isso pq de fato não estamos com paciência de escutar, outras vezes é uma forma de admiração.

    De fato tem dias, ou noites que desejamos que o amanhã não chegue, mas é necessário que este chegue, para renovar nossas energias, reforçar o nosso foco e fazermos seguir a nossa meta.

    Já pensou, se todas as nossas dúvidas sobre o outro, ou sobre a vida estivessem sanadas... Qual seria a graça? Quando vc tem todas as respostas que deseja, é pq não existem mais dúvidas, se não existem mais dúvidas, não existe renovação e muito menos esperança que algo novo aconteça.

    Enfim, de fato o pra sempre existe...

    Abraços Bia!!!

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  2. Lindos textos.
    O "1-Ela" é bem o que estou vivendo neste momento também, quando você só quer saber se a vida da outra pessoa vai bem, ouvir as histórias dela, saber o que ela faz pra passar o tempo. Só ouvir o que o outro tem a dizer já me deixa feliz. Por um tempo...

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