Quando eu não sei o que fazer, eu escrevo. Eu escrevo e crio alguém que não tem medo de nada. Não tem influência de nada. Não tem sentimentos passados nem pensamentos no futuro. Não tem consequências. Não tem amigos e nem família pra levar em conta. Quando eu não sei o que fazer eu coloco esse alguém na minha situação. E sou cruel. Uso como cobaia mesmo. Primeiro ele, depois eu. É mais fácil ver alguém agindo e fazer igual. É sempre dificil ser o primeiro, ser o alvo, ser o centro. Na verdade isso é dificil pra mim (ou pessoas como eu). Tem gente que gosta do risco, de ser a iniciativa. Eu não.
Quando eu não sei o que fazer eu pego um papel e uma caneta e escrevo. Falo sobre dificuldades, sobre sentimentos, falo sobre dramas e alegrias, coloco na história o que eu acho que iria contra e bolo um jeito de fazer quem eu inventei escapar. Várias saídas, vários caminhos. Várias alternativas de fuga (ou não). Ele sempre se dá bem.
Quando eu não sei o que fazer, buscos histórias que eu já criei, conselhos que eu já dei, coisas que eu já ouvi e algumas vezes até invento. Invento alguém que está passando pelo que eu não sei como passar e dou os meus conselhos pra ele. As vezes, talvez por burrice minha, sou uma pessoa mais instrutiva e consciênte quando tô aconselhando alguém. E então eu aconselho quem eu crio. Dou meus pontos de vista (porque quem vê de fora sempre vê melhor) e faço ele seguir os meus conselhos. Olho pra ele do começo até o final da trama e vejo como ele se saiu. E ele sempre se dá bem. Então, por que comigo não haveria de ser igual?
É isso aí.
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