22 de outubro de 2009

E ele se pegou dobrando a esquina ao invés de pegar o rumo de casa
Contando os buracos da calçada e tentando imaginar quantas mil vezes já tinha passado por ali
E dessa vez foram os 15 minutos mais rápidos que eu já vi.

E ele se pegou lembrando do que sentia quando passava por lá
Já foi feliz, triste, desolado, querendo conversar
Já foi o caminho todo calado ou sem parar de falar
Já foi andando, correndo, de costas, se arrependendo e querendo voltar
Já foi lutando contra as próprias pernas, mas não dessa vez
Já foi sonhando na espera de um simples talvez
Já foi na alegria da certeza, e não foi só uma vez

Depois de passar pela ponte e tentar mudar de direção
Mais uma vez dobrando a esquina com o seu coração nas mãos
E na memória são só casas, são casas e só
Era a mesma sensação ao abrir a porta (sua garganta dando um nó)

E então era mais casa do que em casa
Era mais calmo do que o céu
Era mais fácil esquecer das coisas que sempre lhe fizeram mal

Se não olhando pela janela, era olhando o céu azul
Que refletia na piscina lá fora
Se não olhando pela janela, era olhando o céu azul
Na angustia da pouca vontade de ir embora

Jogado no chão do quarto por baixo do armário
De olhos fechados querendo voar
Ouvindo o dia acabando tão rápido
Contando as horas pra poder voltar

O engraçado era pensar que não era o único a se sentir assim
Tantos iguais a ele, tantos iguais a mim
O mesmo jeito, as mesmas sensações
O mesmo sofrimento, as mesmas decepções
Os mesmos preconceitos, as mesmas intenções
E o engraçado era saber que não era o único a se sentir assim
Vários iguais a ele, todos iguais a mim

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