5 de agosto de 2013

O abraço

Olhando pro céu eu me perco
E mesmo que ele me mostre a imensidão lá de fora
Não é ela que me cega, não é ela que me confunde
Eu me perco aqui, dentro de mim.

Não sei o motivo e nem o que ele tem
Ele me suga, me transforma em nada, em ninguém
Ele me faz perder a linha de raciocínio e me transporta
Ele me corta, me joga longe, me faz parar em outra dimensão

Ontem à noite, especificamente, eu via luzes.
Via as luzes das estrelas, via a luz da lua e via as luzes dos aviões
E eu tinha certeza, ontem, que em alguma delas, eu poderia te encontrar
Eu nem sei se o que eu sentia era saudade
Tão cedo, tão forte,
Ou se era só vontade de gritar

Eu só sei que apertava
Não sei se machucava
Mas me fazia engasgar

Me tirava o ar, a força, a concentração
Eu não pensava em nada, exatamente
Pensava em você e pensava em mim
Pensava "e se não" e "e se sim"
Pensava e só pensava, ou talvez nem isso
Só sei que eu tava ali, ou tava lá, junto de você
Em algum lugar ou em lugar nenhum

Ontem a noite, perdida dentro de mim
Eu só sabia que minutos antes eu tava exatamente onde eu queria estar:
No fundo mais escondido dos teus braços
No abraço mais sincero que alguém pode dar

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