Primeiro eu penso em lamentar, ficar triste, chorar, sofrer.
E eu até começo a fazer isso, confesso, mas logo depois vejo que existem coisas
que compensam. Pessoas que compensam outras pessoas, sentimentos que compensam
outros sentimentos, palavras que compensam outras palavras... E aí não parece
tão injusto assim.
Acho que a gente deixa as coisas muito mais difíceis quando
quer receber um saco de pipocas do João, mas recebe da Maria e aí não aceita
porque queria que fosse do João.
Sempre escutei a frase “quem quer, faz, quem não quer, pede
(ou espera que façam)”, o parênteses eu adicionei com o tempo e situações pelas
quais já passei. É fácil falar que precisava pegar uma colher na cozinha e culpar
quem não abriu a gaveta por tu não teres pego. Sabe? Abrir a gaveta faz parte
do processo de pegar a colher. Não te limites ao ato de esticar os braços e
puxar o utensílio lá de dentro. Não precisa fazer isso contigo. O comodismo te
poda, te reduz e te torna dependente de coisas tão pequenas, que faz com que a vida
vá se tornando um lugar com situações cada vez mais difíceis e
intransponíveis, porque não é sempre que alguém vai parar do teu lado e abrir
a gaveta. Aí tu vais ter que te virar, meu bem.
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