27 de abril de 2014

Pipoca do João

Primeiro eu penso em lamentar, ficar triste, chorar, sofrer. E eu até começo a fazer isso, confesso, mas logo depois vejo que existem coisas que compensam. Pessoas que compensam outras pessoas, sentimentos que compensam outros sentimentos, palavras que compensam outras palavras... E aí não parece tão injusto assim.
Acho que a gente deixa as coisas muito mais difíceis quando quer receber um saco de pipocas do João, mas recebe da Maria e aí não aceita porque queria que fosse do João.


Sempre escutei a frase “quem quer, faz, quem não quer, pede (ou espera que façam)”, o parênteses eu adicionei com o tempo e situações pelas quais já passei. É fácil falar que precisava pegar uma colher na cozinha e culpar quem não abriu a gaveta por tu não teres pego. Sabe? Abrir a gaveta faz parte do processo de pegar a colher. Não te limites ao ato de esticar os braços e puxar o utensílio lá de dentro. Não precisa fazer isso contigo. O comodismo te poda, te reduz e te torna dependente de coisas tão pequenas, que faz com que a vida vá se tornando um lugar com situações cada vez mais difíceis e intransponíveis, porque não é sempre que alguém vai parar do teu lado e abrir a gaveta. Aí tu vais ter que te virar, meu bem.

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