13 de fevereiro de 2014

Uma história quase real

As vezes o silêncio me perturba e eu preciso jogar o meu lápis no chão pra tentar encontrar a paz de novo. Nem tudo faz sentido e não é sempre que isso me importa. As coisas podem tomar proporções assustadoras quando a gente menos imagina.

Eu gosto do escuro da noite, da tranquilidade na rua e de tudo sendo iluminado com a ajuda de uma lua tímida, escondida por trás de algumas nuvens que passam depressa, sem nem se intimidarem. Elas me intimidam. Eu gosto de conseguir ouvir a torneira pingando e a respiração cansada de quem não sabe exatamente o que fazer. Gosto de olhar pro lado e ver o cachorro dormindo tranquilo e tentar imaginar quais sonhos ele pode ter. Então eu paro e faço um carinho, esperando que isso sossegue a minha alma e me prenda a atenção até que o sono me vença, mas ele nem luta...

Eu já tentei fechar os olhos e esperar, já tentei ouvir, contar, cantar, escrever, ler, desenhar. Eu tento todos os dias outras maneiras de me libertar de um eu profundo que se encosta do meu lado quando a noite cai. Ainda não consegui.

Se ao menos eu soubesse conversar, mas as palavras me faltam e tudo o que eu penso escapa pelos meus dedos. Nada conclusivo, só um monte de frases perdidas no meio de cenas que talvez nem existam. Talvez  nem cheguem a existir.

Se ao menos eu soubesse do que eu preciso...

Eu já nem sei se um abraço acalmaria ou me perturbaria mais, mas também não é algo que me preocupe. O certo é que as noites tem sido longas, mas prazerosas, feitas de uma tortura pensante e que me aproxima muito de mim. Eu gosto da sensação de me ser suficiente.

E por mais que o sono não venha, o dia não chegue e a torneira não pare de pingar, são nessas horas que eu lembro de cada parte da minha vida e fico feliz por ter conseguido chegar até aqui.

É gostoso gostar de algo ou de alguém. É muito bom se motivar com alguma coisa, mesmo que por alguns instantes. É gostoso sentir o gostinho de uma possível chance de ser feliz. Talvez seja isso que a gente chame de incentivo e que faz com que a gente simplesmente corra atrás de um futuro que não existe, mas que ainda pode existir.

Na verdade sempre depende da gente. Nada é muito certo e nem muito real, só o agora. 

Bom... talvez seja por isso que eu perca o sono e ache tão estranho não saber se eu realmente estou aqui.

5 comentários:

  1. Perder o sono parece uma constante pra muitos ultimamente, acho a noite o melhor lugar pra se encontrar e justamente por não ter tanto ruido seja mais fácil ouvir os pensamentos que ate aparecem durante o dia, mas são mais facilmente ignorados pelo barulho, e a noite não tem pra onde fugir a não ser ouvir e tentar entender o que os pensamentos estão querendo dizer, acho muito útil a invenção de uma penseira, um lugar onde a gente possa colocar os pensamentos e olhar pra eles, mas enquanto isso não surge, só nos resta o lápis ou os amigos pra ouvir os devaneios ;)

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  2. Poxa, adoro esses seus textos que expõe o que eu sinto de uma forma que nem eu mesma sei fazer ... nao sei se isso é bom ou mal mas me sinto melhor sabendo que alguém se sente da mesma forma.

    Bia, será que teria alguma possibilidade de vc me mandar (mostrar, ou algo do tipo) seus vídeos (ou só alguns) que vc excluiu do seu canal do youtube ? Eu sei que pra vc ter excluído deve ter tido uma razão, mas é que suas palavras fazem tão bem ... me sentia menos sozinha, menos patética e mais motivada quando ouvia o que vc tinha pra dizer. Enfim, sei que é um pedido bobo, mas se houver algum jeito, alguma possibilidade, por favor.
    Um abraço (:

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  3. Fico bastante feliz que de alguma forma o que eu sinto te ajude também. Quanto aos videos, sem problemas, se você me passar um endereço de email, posso arrumar um jeito :))

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  4. :O muito obrigada !!! *-*
    como aqui nao tem nenhuma forma de mandar meu email em privado, mandei lá no seu portifólio, ta ? espero que nao tenha problema ...

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