Quando a gente está com alguém que não se importa com a gente:
a gente sofre
a gente se revolta
a gente se culpa
a gente se lamenta
a gente se acostuma
a gente se convence
a gente aceita
a gente sempre encontra alguém que diz que é diferente
a gente não acredita
o alguém insiste
a gente reluta
(a gente tem medo)
a gente não quer acreditar
a gente não quer sofrer
(ninguém quer)
o alguém insiste
a gente não deixa
a gente quer
mas a gente não deixa
o alguém insiste
a gente releva
a gente sente
a gente quer
a gente deixa
a gente se enche de paz
a gente se sente confortado
o coração esquenta
a alma sossega
e a gente acredita
a gente se doa
a gente se dá
a gente, finalmente, está com alguém de novo.
Mas as vezes parece que o que define o "estar com alguém que não se importa com a gente", não é o "alguém que não se importa"... é o "estar".
É só estar que se deixa de estar realmente. Como se a mágica toda existisse até o momento que se chega até o objetivo: estar. E quando se está, se quer o "querer estar e ser diferente" de novo, em outro lugar.
É triste concluir que pra algumas pessoas o "saber que se pode conquistar" vale muito mais do que o que foi conquistado. É triste concluir que você é diferente e por isso sofre. É triste concluir que você é diferente disso e sempre vai esperar que sejam como você. É triste concluir que isso é difícil e que talvez demore demais e você se feche. É triste concluir que esperar o que, pra você é natural, pode ser o erro e que você tem que sentir menos pra não sofrer mais.
É triste concluir que é melhor sentir menos, seja pelo motivo que for.
Porque sentir, cara...
Sentir é o mais profundo e puro que alguém pode chegar e não fazer isso é como cortar suas próprias asas porque ninguém mais sabe voar.
Acho que por isso eu me importo tanto com tudo, todo mundo e aceito ficar mal no lugar de pessoas que muitas vezes eu nem sei direito quem são.
Nenhum comentário:
Postar um comentário