E eh nesse mundo desumano, que os humanos se comem a troco de nada. E eu, tao ingenuo, sigo sem nem desconfiar.
Nem uma faca cravada pelas costas machuca mais do que ver o amor sendo mastigado feito carne.
Eu, um eterno desapaixonado pela vida, encontro nas linhas perdidas um motivo pra querer amar.
E o meu querer, bem mais do que querer, se torna quase um pesadelo quando me dou conta de quem sou.
Solitario, perdido pelo quarto, embaralho aquelas cartas que eu mesmo fiz pra mim.
Ja me cansando de ler, e sem conseguir (mais uma vez) joga-las fora, revivo todo o sentimento louco que eu nem sabia que existia.
Um odio de um ser que eu ja fui, e que eu sei que habita as profundezas dos meus sonhos e me leva pra lugares que eu nao quero ir.
Mas eu vou. Vou voando, como se fosse um sonho bom... Mesmo sabendo que no fim, quando chegar a beira do precipicio, mais uma vez serei empurrado pelo meu mais temido eu.
E eh de mim que eu fujo todas as noites, todos os dias. Eh de mim que eu esquivo nas ruas e sou eu que eu finjo nao conhecer.
E como se nao bastasse tudo isso nao fazer o menor sentido, sinto um arrepio por pensar que poderia fazer.
Eu venho e me coloco do meu lado, e como um anjo caido, me ponho a ditar cada pensamento meu.
Sou eu, mas nao sou eu. Eu fiz, mas nao queria ter feito. Eu disse, mas nao queria ter dito.
Sem medo, sem rancor, sem sentimentos. Simplesmente na frieza incessante da madrugada escura, me entrego nos meus bracos e me permito ir...
Ir pra um lugar que eu nao sei onde, que chega nao sei como, e que me doi sem eu entender...
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