26 de novembro de 2009

E o tempo voa

Acordei de manhã, vim pro trabalho, tomei o meu café e quando cheguei na sala do segurança pra pegar a minha chave tomei o maior susto: 26.11.09
Isso mesmo, vinte e seis de novembro de dois mil e nove (por extenso pra dar mais ênfase).
Certo! Seria loucura eu dizer que não sabia que dia era hoje e nem que já estamos em novembro e falta um mês pra acabar o ano, sendo que eu chego todo dia e coloco a data no registro das chaves. O maluco é que eu ainda não tinha me dado conta realmente do que isso significa.
Engraçado como tudo o que faço tem uma trilha sonora. Quando me dei conta do que isso significa me veio a música da poupança Bamerindus que tocava em noventa e tralalá no Faustão, sabe?
“O tempo passa, o tempo voa e a poupança Bamerindus continua numa boa...”
Voa, gente, e voa sem atrito nenhum com o ar. Vem tão rápido quanto a luz. Pessoas que eu lembro como e onde conheci, hoje faz 5 anos que eu conheço. Tem gente que eu conheço há 14 anos e não é da minha família. E eu ainda me lembro de tocar aqueles violõezinhos de plástico, com cordinha de nylon que são menores do que um cavaquinho na porta de casa. Eu com um desses, dois vizinhos meus com uma bateria de brinquedo desmontada, metade pra cada um...
Lembro de ter ganhado a minha bicicleta azul e que eu andava com ela na garagem da vizinha, porque o meu vizinho não queria andar de bike na rua, pra não sujar o pneu da dele. Eu me lembro de pular de cima da garagem de outro vizinho meu, em cima do monte de areia da construção da casa dele. Lembro de roubar Bombril da minha mãe, amarrar nas linhas de costura dela, colocar fogo e ficar rodando em cima do terraço de casa. Lembro até das beliscada que as farpas queimando davam nas minhas pernas. Eu me lembro do outono lá em casa, em Blumenau. Era muito frio, com aquele sol gostoso e as folhas caindo no quintal. Lembro que a minha mãe me mandava pegar um balde e ir limpar tudo lá na frente, onde não dava pra varrer. Lembro que eu e a minha irmã brincávamos com as arvores do mesmo quintal, fingindo que era parente nosso hahahahahaha. Tinha um pinheiro super bonito, redondinho, tipo aqueles de natal, e esse sempre era o pai dela. O meu era o mais feio, com uns galhos que pinicavam, mas eu não tava nem aí... Eram raras as vezes que ela decidia brincar comigo. Eu lembro que eu gostava muito de regar as plantinhas da minha mãe. Lembro quando onde são pedrinhas no quintal ainda era grama. Lembro quando a garagem da casa da minha mãe ainda era de lajota laranja e o resto tudo de cimento. Onde tinha buraco eu usava pra brincar de bolinha de gude. Lembro de andar de bicicleta lá também. Lembro quando o escritório lá de casa ainda tava sendo feito. Lembro quando ele ainda não era pintado... Eu me lembro de alguns carros que meu pai teve. Lembro do chevete branco da minha mãe, que tinha televisão. Eu me lembro do dourado, lembro dos milhões de monzas, do Santana que ficou com meus pais quando um dos Monza’s foi pra oficina. Eu me lembro de andar de skate, de me ralar de skate, lembro da cesta de basquete e da minha mãe odiar ela porque sujava a parede. Mas eu lembro que eu jogava mesmo assim. Lembro que quando a gente errava a bola pegava no teto e dava um baita barulhão. Eu lembro que as vezes pegava na calha também. Falando em calha, eu lembro quando eu era a menorzinha de casa e minha mãe pedia pra eu tirar a folhas de lá. Lembro que meu pai se desesperava e ficava sempre de olho, e sempre dizia pra eu colocar o pé só onde tinha parafuso porque isso significava que tinha uma coluna embaixo. Eu me lembro dos gatinhos que eu pegava por aí. Que eu roubava todo o leite da geladeira e minha mãe ficava uma fera! Lembro da Mônica e do Bill, os dois gatinhos do Vitor, meu vizinho. Lembro do Natan também. Lembro da Kelly, da Funny, da Priscila, do Sheik, do Spike, da Lessie, do Denis, do Neon... (tudo bixinhos lá de perto de casa) Lembro ate do irmão do Sheik que eu não sei o nome! Lembro da cancha de Bocha que tinha na frente de casa. Lembro dos bêbados lá jogando e da briga que foi pra tirar aquilo de lá. Lembro quando cancha virou uma casa também. Eu lembro da Venda da dona Verônica, e que eu já comprei um zilhão de bala de canela, sem ter noção da quantidade. Eu me lembro que depois disso minha mãe combinou com a dona verônica de só deixar eu comprar se eu levasse um bilhetinho pra ela. Se não me engano era um caderninho. Eu lembro de me enfiar no matagal de casa. Lembro quando minha mãe fez rosquinhas pra gente fazer um piquenique lá embaixo. Lembro quando mudei de escola e quando ganhei a minha guitarra. Eu lembro quando comprei o adesivo do Jhonny Bravo pra colocar nela. Lembro que eu escolhi a correia verde que vinha junto com ela. Eu lembro de quando eu bati o corsa no muro de casa e de como eu tava como medo de contar pro meu pai. Lembro que de tanto medo eu fiz isso pelo MSN! Vish, eu lembro como fiquei tensa! Hahhahaha mas lembro também do meu pai dizendo “me da um abraço” pelo MSN, e quando eu virei ele tava de pé, todo bonitinho, atrás de mim, pra me abraçar. Lembro nitidamente do alivio que eu senti com isso. Lembro de ter caído morro a baixo na casa do vizinho e de ter inventado que tinha sido um gato que me arranhou! Eu lembro de quando cai da escada do terraço de casa. Lembro do meu vizinho QUASE caindo de bicicleta, fazendo ziguezague com as pernas abertas e sem conseguir se equilibrar, mas se equilibrando no final das contas. Lembro que eu ri muito disso. Lembro de ir colher tangerina, laranja e plantar milho com meu pai. Lembro que meu pai brincava, dizendo que meu cachorro subia na arvore de goiaba pra comer. Lembro de sentar no degrau (que por sinal hoje não existe mais) atrás de casa pra comer cana. Lembro que eu tinha uma mini bota, igual a do meu pai, pra ir no mato plantar e colher coisa. Lembro dos maracujás na cerca. Lembro quando tinha um ranchinho atrás de casa, onde ficavam as ferramentas. Lembro que lá tinham coelhinhos também.
Lembro de quando eu ganhei o coelhinho de páscoa. O sofá da sala ainda era verda e tinha uma divisória no meio, de madeira, onde ficavam 3 cisnes médios e 1 cisne grandão, que dava pra colocar coisas dentro. Lembro que eu e a minha irmã dizíamos que os cisnes eram a gente. Os 3 eram eu, ela e a minha mãe, e o grandão era o meu pai. Lembro de tentar pescar peixinhos atrás da casa do meu avô, com potinho de Doriana. Eu lembro que no meu outro vô, a gente já deixou uma vaca cair no ribeirãozinho mas no final das contas a gente conseguiu fazer ela voltar antes do meu vô chegar. Lembro do sitio da minha tia, que tinha cachoeira e tinha um balanço enorme de pneu que passava por cima do riozinho. Eu lembro que eu não gostava que minha irmã ia lá porque eu tinha medo que ela caía. Lembro quando ela quebrou o braço, caindo de bicicleta num valo, em gravatá, na casa da minha madrinha, de praia. Lembro que eu fiquei super brava com meu primo, porque ela caiu na valeta, a bicicleta em cima dela e meu primo em cima da bicicleta. Lembro que ela ficou com o braço todo imobilizado e ele ficou reclamando que levou uma mordida de formigão. Eu me lembro de cair de moto e que meu pai pediu pra prometer pra não subir mais em cima de uma. Me lembro do dia que ele foi me buscar no colégio e fez eu ir dirigindo pra casa. Vish... Lembro de tanta coisa.. e já se passaram mais de 10 anos de muitas coisas dessas aí. Olha, com 22 anos e 7 meses eu tenho tanta coisa pra me lembrar...
E eu me dei conta disso hoje, as 8:30 da manhã, quando assinei o relatório de chaves pra pegar a minha e vir trabalhar.

Ai, ai..

2 comentários:

  1. eu PRECISO comentar que eu pensei na música da poupança bamerindus tmb HAHAHAHAHAHAHA
    teenso! (L)

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  2. faz o favor de atualizar isso? hunf.
    HAHAHAHAHA

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