Eu sempre soube como falar. Escrevendo, mas sempre soube.
E sempre tive uma facilidade incrível de jogar aos quatro ventos ideias baratas.
E olha.. as pessoas compram.
Compram e ainda pagam caro!
Engraçado.. porque eu não daria 1 centavo.
Mas as vezes é sincero, é de verdade. Não é só pra conquistar.
E quando é de verdade eu me assusto, porque fica exatamente igual.
Eu acredito que isso seja um dom. Dom de sentir, mesmo que não sinta.
Eu sinto não sentindo.. não sinto, sentindo... e assim vou jogando as idéias no ar.
E sempre tem quem compre.
Mas ontem eu travei. Sei lá, congelei.
Ela tava sem fazer nada, comendo uma barrinha de cereal.
Sozinha.. ambiente novo.. tadinha.
Eu tava reinando, um veterano no seu lugar. Sentindo que o ambiente era meu, super seguro.
E não é que eu me enganei?
Nem um passo, e olha que eu até tentei.. achando que ia me sair bem, como sempre.
Mas olha, foi embaraçoso. As palavras simplesmente perderam os sentidos e da minha boca..
vish.. não saiu nenhuma.
Foram se atropelando e trazendo com elas um calor que, por Deus, parecia dos infernos.
Inevitavelmente aquele vermelhão das chamas tomou conta do tom da minha pele e.. pois é, ferrou. Bateu a insegurança.
Ainda bem que tinha alguém pra me salvar, puxar assunto e contornar a situação.
O problema é que eu sei que ela notou. Aí já viu, ficou pior.
Porque não tinha nem um saco pra enfiar a cara dentro, não tinha nenhum buraco no chão.
E eu até tentei fazer um com os pés, que por sinal.. não paravam um segundo.
Mas escutar ela me fez tão bem. Mesmo não entendo praticamente nada.
Eu não tinha muito a ver com o assunto, eram mais as duas trocando ideias pra lá e pra cá.
Ambiente de trabalho comum, sabe? Mas elas não se conheciam. Conheciam muita gente em comum, só.
Saí de lá pagando um pau danado. Tinha visto, menos de 15 minutos antes, a foto dela na parede.
Um papelzinho de boas vindas, e sinta-se a vontade.
E ela se sentiu. Por mim, já era da casa(da pele, da carne, do coração... (?).. ).
Mas não deu certo. Não saiu nada, nem consegui dizer que foi um prazer, mesmo sendo.
E no outro dia, um "oi" meio sem graça... não da parte dela. Muito pelo contrário..
O problema era eu mesmo, sem saber o que dizer. Caramba... Sem saber o que dizer?
Poxa, era a primeira vez nos últimos anos. Caramba, mais uma vez!
Mas o tempo passa, o tempo voa.. eu até conseguia zuar, brincar, rir mas não tive cara de convidar pra sair.
Fizeram isso por mim. E a gente saiu. Eu e ela.... tá certo que mais uns vinte e poucos junto.. mas eu e ela saímos.
Vou confessar, pela primeira vez em publico. Sim, estou documentando isso:
Eu caguei! Não tive coragem de dizer na-da. E aí que eu achei mais absurdo ainda. Porque até beber eu já tinha bebido.
Mas não deu. Conversamos, e foi só. Caramba pela terceira vez!
Ela tinha me mudado em uma semana. Bom, não faz mal.
"Não faz mal?!" Eu? pensando isso de alguém que me estremeceu as pernas?
Não pode ser.... Mas era.
...Mas é...
E tudo bem mesmo... tudo ótimo por sinal.
A gente se deu bem, e ainda fiquei sabendo que não foi só eu que me senti meio assim... na primeira vez.
Mas eu tenho medo. Tenho medo de te falar as coisas. Medo de dizer o que você não quer ouvir.
Eu até falei, ontem.. mas eu não queria. Não por mim.. por você.
E agora.. a gente senta e espera até amanhã... Espera um novo dia.
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